Capítulo 1: O que é RPG?

 


A sigla RPG vem do inglês, Role-Playing Game, que pode ser traduzido como Jogo de Interpretação de Papéis, porque nele você interpreta o papel de um personagem em uma história. Em um RPG de mesa, você e seus amigos criam uma história juntos, sobre um grupo de personagens que participam de aventuras. Cada um dos jogadores cria seu próprio personagem, decide os desafios que irá enfrentar e a forma como irá lidar com eles. Para deixar as coisas mais interessantes, o jogo usa dados — de acordo com regras, que são explicadas mais adiante — para adicionar um pouco de incerteza e tornar as coisas mais interessantes.  

“Será que seu personagem consegue subir na árvore sem ser visto? Role os dados. Será que seu personagem consegue acender uma fogueira para escapar do frio da noite em uma floresta? Role os dados. Será que seu personagem consegue vencer um duelo de espadas contra um espadachim experiente? Role os dados.”

RPGs podem lembrar um pouco alguns videogames (também chamados de RPG), mas ao invés da história e finais serem pré-definidos e imutáveis, como nos videogames, o RPG permite que seus participantes tomem controle da história: Um dos jogadores assume o papel do Narrador. Ele tem a tarefa de descrever o mundo ao redor dos personagens, criar os conflitos e o drama que eles irão enfrentar e resolver questões de regras, além de interpretar os Personagens do Narrador (PdN), que interagem com os Personagens dos Jogadores (PJ). Os outros jogadores interpretam os PJs, seus próprios personagens e protagonistas da história, da maneira como foram descritos e juntos, contam suas aventuras.

Existem muitos tipos diferentes de RPGs — alguns têm cenários especiais (aventuras no espaço, aventuras em um mundo de cavaleiros e dragões, aventuras de investigação, aventuras de horror) e também regras especiais, dependendo do tipo de aventura. Por exemplo, uma aventura em um reino de magos, dragões e cavaleiros, terá regras especiais para magia, para criaturas que cospem fogo e para lutar com espadas; enquanto uma que se passa no futuro distante terá regras para lidar com espaçonaves, robôs e armas de raios.

O que você precisa para jogar?

Para jogar RPG usando as regras do Medievo: Fantasia Medieval na Baixa Idade Média, você precisará de alguns amigos e de um lugar onde jogar. Consiga lápis e papel em branco para fazer anotações, além de algumas fichas de personagens em branco que estão no fim desse livro (podendo também ser baixadas no site www.mundoscolidem.com.br) e alguns pedaços de papel pequenos para anotar aspectos importantes desenvolvidos no decorrer da aventura. Se for jogar online, irá precisar de um programa para se comunicar e de formas para fazer anotações e consultar fichas de personagem. Você também vai precisar de tempo, pois uma sessão de jogo pode durar várias horas. 

Você também vai precisar de alguns dados de seis lados, conhecidos como D6 (se possível, dez dados é o suficiente), e conhecimento das regras do Medievo RPG, que está no Capítulo 4). Se quiser, pode substituir os dados de seis lados por um dado de vinte lados, o famoso D20; as regras para a utilização do D20 se encontram no capítulo de regras, na sessão de extras. Pegue também alguns marcadores para acompanhar seus Pontos de Fé — use fichas de pôquer, bolinhas de gude, moedas, ou qualquer objeto pequeno em grande quantidade.

Jogadores, Personagens e Narrador

Antes de começar a sessão, o grupo deve escolher um membro para ser o narrador, e os demais serão os personagens. Os jogadores devem criar seus personagens, anotando as características escolhidas na ficha. No capítulo 3, está descrito todo o processo para a construção dos personagens no Medievo RPG. É através do seu personagem que você irá criar uma história, junto com os outros jogadores e o narrador. Os jogadores vão interpretar (atuar e falar como o personagem e interagir com os PdN) seguindo as características de sua ficha. 

O narrador geralmente tem uma parcela razoável de trabalho antes de começar a aventura que irá narrar para os jogadores. Ele precisa definir os conflitos que os jogadores irão encontrar, decidir sobre as ações dos PdN e ser o árbitro das regras, verificando qual regra deve ser usada em cada situação, ou como ela deve ser aplicada. Ele pode precisar tomar algumas notas enquanto assiste ou lê um de seus filmes ou livros favoritos, para se inspirar. Muitos narradores aprendem seu ofício lendo e usando aventuras prontas (no capítulo 6 tem uma aventura pronta para você começar a jogar) até entender como criar obstáculos e oponentes interessantes, PdNs memoráveis e reviravoltas emocionantes.

O Narrador irá criar situações, desafios, obstáculos e inimigos ao longo da história, que os jogadores devem superar. Alguns inimigos (PdNs) são criados como se fossem um PJ, enquanto a maioria é feito de maneira bem simples. Com alguma prática e preparação, é possível improvisar e manter a aventura e a diversão dos jogadores fluindo sem problemas. No capítulo 5 tem algumas as informações para os narradores começarem a narrar Medievo RPG.

Uma sessão de RPG

Um grupo de amigos decidem jogar Medievo RPG: Fantasia Medieval na Baixa Idade Média. Tales será o Narrador, então ele pega uma cópia do livro, ler as regras, a aventura que está no fim, separa os lápis, borrachas, e papéis para a construção dos personagens. Marianna e Theo serão os jogadores, eles constroem os seus personagens de acordo com as informações que estão no capítulo três. Com os personagens prontos, a aventura vai começar. 

Tales (Narrador): Vocês estão caminhando pela estrada que leva ao norte, tentando fugir da peste que devasta tudo que toca. Nessa fuga, estão acompanhados de um pequeno grupo de saltimbancos. Um inverno brutal segue, as chuvas e as temperaturas baixas castigam todos os viajantes, e a lama parece querer engolir as rodas da carroça. Nas primeiras horas da noite, vocês encontram um casebre abandonado a beira da estrada. 

Marianna (Jogador 1): “Vamos passar a noite aqui? Está muito frio.” Theo (Jogador 2): “Nesse casebre amaldiçoado?” 

Marianna (Jogador 1): “Como você pode ter certeza que é amaldiçoado?” 

Theo (Jogador 2): “Tales, eu quero olhar esse casebre, eu sinto que tem algo de errado. Eu tenho o aspecto investigação e +2 em mente.” 

Tales (Narrador): “Certo, role três dados, você precisa de um sucesso.” Theo (Jogador 2): “Vamos lá ver o que acontece, uhuu! Dois sucessos.” 

Tales (Narrador): “Theo em sua investigação, você encontra roupas rasgadas por algo semelhante a grandes garras no meio dos destroços dentro do casebre.” 

Marianna (Jogador 1): “Realmente é um casebre sinistro.”

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